sexta-feira, 22 de outubro de 2004

À DERIVA

horizonte cinza, pardo, meu olhar avermelhado, tristes resquícios de vício sobre a pia do banheiro,
há um tempo atrás me disse ser capaz de me cuidar, então deixei o leme livre, barco ao sabor do mar,
sem futuro sem futuro sem meu centro não vou mais velejar, barco ao sabor do mar

eu me sinto triste, envergonhada por eu não ter feito nada, ter me deixado assim à deriva
eu me sinto suja, decaída, por pensar que a saída era deixar a vida me levar pra qualquer um lugar
BARCO AO SABOR DO MAR

consciência e dedos sujos, na minha boca absurdos, pessoas que vão e vem, simples como andar de trem
há um certo tempo tenho estado em tão contraditório estado: se por fora há riso, escárnio,
por dentro é só choro vago, já não sou mais líder da nau, sem passagem para o trem,
vou com as minhas próprias pernas sou eu mesma quem me espera
chega, já deu, não vou mais me deixar levar, é ancorar ou desembarcar, com medo andar
para o meu tal lugar, seja ele um lugar

nova música
de patrícia
de deus

3 comentários:

Anônimo disse...

gostei da letra.
(quem dera os "restos do vício" sejam mesmo restos.
e não voltassem a ser necessários)
mas gostei da letra sim.
e gostei - muito - do "patrícia de deus"
(nos dois sentidos:
1 - nascida na terra de deus;
2 - nome próprio.

Dom Noronha

treta disse...

bom saber.
escutar.

ainda há resquícios. mas são como pequenos pedaços de reminiscências boas.

treta disse...

e más.

(pq as mas têm q estar separadas das boas)