sexta-feira, 29 de junho de 2007

do verde ao amarelo espaço afora e adentro

essa eu copio e colo dançando!

Em nome de Deus
(Sérgio Sampaio)

Eu nunca pensei que pudesse querer
Alguma mulher como quero você
Se o mago soubesse
Juntasse o meu nome em S
Ao seu nome em C
Nas cartas de todo tarot que houver
Em todo o I-Ching eu podia não crer
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Não dá pra não ver
Mas tudo é tão verde em seus olhos

Você que se esconda, que eu vou procurar
Você nem se iluda, que eu vou lhe encontrar
Você pode ir e sair e sumir por aí
Que não vai se ocultar
Eu vejo seu rastro onde ninguém mais vê
Eu pego carona até na Challenger
E vou nos anéis de Saturno buscar por você
E vou nos anéis de Saturno

Sem ser João Batista, você batizou
Meu corpo na crista das ondas do mar
E aí me abriu feito ostra
E colheu minha pérola pra Yemanjá
Agora que estou à mercê de sua luz
Em nome de Deus, me carregue
Me pregue em sua cruz
Em nome de Deus, me carregue

quarta-feira, 27 de junho de 2007

tarde de inverno em junho

o lá descendo menor bemol.
a tristeza minha de cada dia
em batuques na louça lavada da pia.
a alegria triste deslumbrada.

que posso fazer?

eu sou a rima crua
decifrando sua senhoria,
a melodia,
em lá descendo bemol menor.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Augusto dos Anjos

O LAMENTO DAS COISAS

Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!

É a dor da Força desaproveitada
— O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
jazem ainda na estática do Nada!

É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...

E é em suma, o subconsciente ai formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!



(...)
ah! vertigem! onde estão meu olhos crianças!?

terça-feira, 19 de junho de 2007

carta para mininu

Vida em Amor Maior

O som relampejando
Silencioso em meus ouvidos.
Lá vem ela...

A vida procura o calor.
O momento no calor dos corpos.
A vida em seu início.
O momento no encaixe dos corpos.

O mistério.

domingo, 17 de junho de 2007

à espera

carta para C.

"Mesmo na loucura da distância imensa aqui estou eu te querendo com o sorriso aberto. Quero mais é viver esse querer da maneira que ele se apresentar e aqui ele se apresenta pelas linhas. Abraço-te e acaricio-te com palavras, roubo o teu olhar e toco os teus dedos com o papel. Com minhas frases arquitetadas coloco-te dentro de minha casa e te faço minha mulher primeira e te dou-me mulher como sou e olho-te através do ar perfumado ao redor. Os meus significantes aleatórios constroem toda a situação em que por fim nos tocamos por completo quase sem perceber, suavidade pura, carinho extenuante, sede saciada. Através das palavras, benditas palavras, tenho você dentro e ao redor de mim."

sábado, 9 de junho de 2007

Narciso de traços finos e dentes podres

Há momentos em que nos sentimos ótimos e viver é como uma alegria sem tréguas.
Há momentos em que nos despedaçamos em lágrimas e viver é como uma maldição.

Eu me regozijo em ambos os momentos. Nessa minha existência fenomênica única, experiencio minha humanidade em toda sua potência e toda sua decadência. A minha melhor opção é tomar-me nos meus próprios braços. Acabo tendo que me bastar diante do espelho. Se eu reescrevesse Narciso, ele saberia nadar e encontraria no fundo do lago um anel dourado com seu próprio nome escrito.


As pessoas seriam melhores se soubessem e sentissem que Deus é nelas.
(essa última frase vai para A Peste, em especial)

domingo, 3 de junho de 2007

saudades no divã

A tristeza toma forma... Serenidades.
Espero o inominável... Sem ansiedades.

Um mágico tira as lágrimas da cartola.

Na tela de um computador o confessionário.




construo-me desconstruindo