sábado, 21 de abril de 2007

...

"Estou desacreditando completamente no amor e tentando me acostumar com o amargo gosto da derrota, derrota esta configurada na quebra de minhas fervorosas crenças na sublimidade e transcendência do amor da carne. Já não tenho mais 17 anos. Já senti na pele a fúria animalesca do desejo puro e gritante que nasce no contato dos corpos. Não preciso mais de versos de amor. Nem sequer acredito mais verdadeiramente neles, apenas os leio e escrevo para embalsamar minha alma com ungüentos feitos de palavras banhadas em inocência. O que é solene é a arte, não o amor. O amor é natural e violento como filho nascendo. O amor é sexo, convivência e oportunidade. E não quero mais falar disso."


TER UM CIGARRO NOS DEDOS
SÓ PRA MELHOR SUPORTAR A SOLIDÃO?
TER UM SER ENTRE OS LÁBIOS
SÓ PRA MELHOR SUPORTAR A SOLIDÃO?

domingo, 15 de abril de 2007

odeio muito tudo isso

uma única coisa



viver é padecer.

e só




sozinha

quinta-feira, 12 de abril de 2007

fissura nas vísceras

"O TEU AMOR É UMA MENTIRA
QUE A MINHA VAIDADE QUER."

Cazuza
O nosso amor a gente inveeeentaaa
Tá. Enquanto isso em frente ao comércio fechado há papelões onde homens dormem. Do lado dos que dormem há cachimbos e homens se drogam. Do lado dos que se drogam há uma criança sem calças.
A fumaça que perpassa os caminhos que se cruzam sem querer na madrugada desperta.
As mortes instantâneas a cada segundo.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

em algum lugar de março

PRECISO DO CORPO PARA ABRANDAR OS PULMÕES
DO CORPO PARA ESQUENTAR PRECISO
PRECISO DOS RISCOS
PROCURO O CORPO PARA ME ESBALDAR ENTRE OS VÃOS
PROCURO POR LIMITES EM CURVAS
PROCURANDO AS PERNAS


(...)

(enquanto isso, o som tocando só de zueira no c.p. amor e paz e dor e tréguas. fim do desconhecimento.)

quinta-feira, 5 de abril de 2007

amando

fiz mais uma música de amor.
se o poeta é um fingidor, o cancionista é um ator a caráter.

é assim: você canta para que algum amor imaginário ouça. você interpreta sentimentos que só existem quando se canta.

eu finalmente decidi dar o nome de mulher pra uma canção minha. em tempo: tinha que ser aquele negócio cheio de amor.
aquele negócio de amante amorosa amável amadora.

muito amadorismo mesmo. quando se trata da teresa aqui, sobra amadorismo. vivo cheia de amor pra dar sem nunca ter amado ninguém realmente. porque nunca houve reciprocidade verdadeira naquilo que já senti.

enquanto isso, continuo acreditando que de alguma forma sigo amando, mesmo na falta do desejo do outro.

olha que coisa mais meiga:

AMANDA

Poxa! Esperei tanto tempo para isso...
Quando tenho já não é mais aquilo.
Nada de fantástico e de grandioso.
Só simples, ordinário:

Olha pra mim, meu bem!

Pena! Pois no fundo eu sei que é só conversa.
Para a prática não existem palavras.
Prum instante não bastam só milênios.
Vai, esqueça os quilômetros.

Vem cá me ver, meu bem!

(...)

amanda!
amando, porra.
qto mais amabilidade, mais perdida eu fico.

trem besta, sô!
tinha q ser só teatro?