quarta-feira, 25 de maio de 2005

TAMO Ainda NA ATIVIDADE

enfim, foram 36 dias de reclusão, e agora saí de liberdade provisória, com a condicional de não usar nenhuma substância que altere a atividade dos meus neurotransmissores (só o antidepressivo já receitado por profissional qualificada, a tal da bupropiona - a medicação, não a médcia...). amanhã volto pra minha clausura e saio sabe-se lá deus quando... aliás, sabe-se lá a psicóloga quando.

esse último mês foi algo de muito... calmo. sobrou tempo pra pensar, e, quanto mais penso, mais quero pensar. diferente. quanto mais busco resposta, mais me sinto longe dela. diferente.

estou com propósitos. isso é o mais diferente de tudo.

musiquinha (dedicada ao darlan, meu coleguinha de clausura, amou essa música e me pedia sempre pra tocar... )

A FLOR E A BORBOLETA

A suavidade da flor que não me deixa enganar.
Pois tudo, tudo no mundo, até amor,
Um dia há de se acabar.
Passo meus dedos por ela...
Seu rosa se faz macio.
A flor suave, tão bela
que já está por um fio.

Eu olho ela, eu colho ela, eu cheiro ela e jogo fora.
A flor que chora, a flor que seca, a mesma flor que já não é aquela.

Barbuletinha do mato, dança amarela no ar.
Vem linda, num sobressalto, a flor suave beijar.
Num simples piscar de olhos, põe-se a voar distante.
Pois tudo, tudo no mundo, não pára, segue adiante.

A barbuleta bela amarela que eu queria poder tocar.
Mas é selvagem e de mim foge.
Eu me contento em vê-la dançar...


estou me tornando fissurada por coisas lúdicas...

quinta-feira, 19 de maio de 2005

Aos que por aqui passam (ou "trotam"!!!!)

nossa TROTAMUNDUS está em férias.
recupera as boas energias para voltar em breve com suas palavras, seu mundo, sua filosofia.
enquanto isso a gente vai postando alguma coisa aqui.
coisa que poderá agradar ou não.
o objetivo não é apenas agradar. é distribuir palavras e sentimentos para o consumo de quem desejar...

dom noronha

(hoje vamos de Drummond: "Mãos Dadas")

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.