terça-feira, 4 de junho de 2013

OS OLHOS DO MUNDO

os olhos do mundo são meus
e eles estão cansados
mas ainda assim querem sorrir
há um amanhã em minhas varandas
mesmo meu lar não tendo janelas
há um ritmo alegre em minhas sonatas
mesmo os acordes sendo menores
olhos fechados no escuro do tesouro do domínio de si mesmo
somos todos sós
a dar nós




OTTO, Leandro
In.: Os Cadernos do Facebook

quinta-feira, 14 de março de 2013

tami


que amor
que rasga o peito
como vento
no deserto
turbilhão
no maremoto
sonho que não tem misterios
tempo que não tem razão
óia
é o fim, então.

in.: os cadernos do facebook
03/2013

terça-feira, 5 de março de 2013

tatuagem

Há rancor entre as frestas das coisas
Que nascem já predestinadas
A serem tortas e feias, cheias daquele caos ruim

Esse rancor une
Mas também destroi
E é terrível quando destroi:
São dois estranhos que se encontram ao acaso
E já se odeiam de imediato
Só de se olharem.

O Karma precisa de cura?
Que fim seria, que loucura?
O céu, o nirvana, a luz, a bruma.

...

Amigo, me desculpa, meu,
Esse santo daqui já não bate com o seu.

02-03-13
in.: os cadernos p/mim mesmO

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A VIAGEM DOS SONHOS

Os sonhos são percepções desavisadas
As velas de nossos barcos interiores
Sendo sopradas por ventos misteriosos
Provindos das profundezas de nós mesmos.
Levam-nos a lugares remotos
Onde aportamos duvidosos
com nossos medos a tiracolo.
Os sonhos, nossos.
Velas que nos levam por mares traiçoeiros
Águas revoltas que preenchem a escuridão do sono.
Dormimos e mergulhamos
Inconscientemente donos
De nossos mais íntimos segredos.

in.: os cadernos de viagem
09-12-12