terça-feira, 31 de janeiro de 2006

exercício para uma pequena amiga quase boliviana

A noite veio rapidamente e com ela a irrevogável natureza do tempo: ele que não volta e que sempre sempre nos pega de jeito. Junto dos minutos dessas 10 horas da noite sei que não há mais chance de pegar o ônibus para te ver linda em teu vestido de formatura, minha amiga crua, engenheira já.
Com seu canudo na mão.

Lembro então do teu sorriso honesto e do teu mais-belo olhar oblíquo.
E solto eu um sorriso gostoso.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

amor de algodão

desperdiço os meus dias contigo em minhas melodias
na angustiante tristeza de saber que eu não estou aí
mas que você continua aqui, independente do seu querer ou da sua ciência

desperdiço os meus anos com você dentro em mim
na rude certeza de que meu amor é injusto
mas é soberano, e mata e prende por interesses que não meus.

desperdiço assim como desperdicei

e já não sei mais como desperdiçarei

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

,,,

'Meu amor partiu
cansou dos meus vícios
mesmo que amanhã ele volte com outro feitiço'


de quem é essa música eu não sei. mas a voz da dona cássia me enfia dentro dos tímpanos de maneira única, vistosa, forte.

dá gosto até.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

é hora de dar tchau....

E aos poucos tudo vai se tornando turvo, envelhecendo e perdendo a original razão de ser. Aquela mesma água que eu bebia com gosto, ela que acariciava minha boca com gosto. Aquela mesma água que já não é mais a mesma. Agora, imbebível, apenas chama o meu olhar. Se a bebo, tenho náuseas, tonturas até. A mesma água transparente agora turva. A minha visão, turva. Eu mesma, aquela mesma criança pura e esperançosa. Eu mesma, essa pseudo-mulher suja e desacreditada.
Não há nada que o tempo não destrua.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

eterna saudade

"a morte é apenas uma imensa saudade...."


o sérgio me disse. um homem q estou aprendendo a gostar de montão.

....


e eu concordei plenamente.

pq é isso: uma eterna saudade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

soltando as linhas 3

olhe por entre elas e você verá meu útero gritando em vermelho: insôniaaaaa!!!!....

não dorme. aberto à tudo. o sangue correndo. a dor apertando. os músculos enrijecendo-se. a vida que se faz sentida.

abrindo as pernas.

desavergonhadamente.

olhe por entre elas e as letras se misturarão em sentidos mil.

por entre pernas e linhas, o meu rosto, mais sublime e mais vil.



eu não queria ter que aparar a barba.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

soltando linhas

meu vocabulário se abre assim como alguém abre as pernas

desavergonhadamente

sou como um pássaro que cruza o céu e deixa invisível o seu rastro, para quem quiser perceber.

minhas palavras engedram minha ânsia em viver sem limites.

busco estar antes de ser, e me espanto com isso: o estado q permanece não é aquele do mesmo ser q é.
estou andando em espiral. pra fora, sem parar. chego a lugar nenhum e percebo q o próximo lugar nenhum é a porta para outro lugar.

meus pequenos casos são como jantar fora sem ter dinheiro, incoerentes mas prazerosos, cheios de nada.

estou só mais uma vez.

e mais outra.

e outra.


e outra.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

doença do espírito em mim

mto bem. eu escrevo, a bíblia responde.

eu disse: minha igreja é meu corpo. minha crença é meu viver.

o livro diz:
"Por mais que tenha aparência de sabedoria: 'religião pessoal, devoção, ascese', são destituídos de qualquer valor e só servem pra satisfazer a carne."

COLOSSENSES, 2, 23


procuro algo q preencha o vazio de uma vida inteira.
procuro algo q me faça superar as derrotas, principalmente aquela do ano atrasado.

e não tenho ninguém. só eu ao meu lado. solidão imensa.
se for pra deus existir, que seja pra me fazer companhia.
pq da companhia dos homens eu já estou saturada...


domingo, 1 de janeiro de 2006

a solidão bem-vinda

...


(acordando............... nossa, onde estou? q roupas são essas? quem sou eu mesmo?)

incrível. se fosse possível eu deletaria esse ano inteiro.

mas não, deixa pra lá. se eu deletasse eu teria q começar tudo de novo de novo.

está chegando o ano do cão.

nada de planos, preciso controlar meus desejos.

um desejo nunca muda, e ele é desconhecido... q será isso q me impulsiona aqui dentro?


("jesus é a luz q me conduz...")



SÓ PRA CONSTAR: EU NÃO TENHO RELIGIÃO.
NÃO POSSO IR ALÉM DE MIM MESMA.
MINHA IGREJA É MEU CORPO.
MINHA CRENÇA, O MEU VIVER.