quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sobre existir

Eu flutuei uma vez.

Era lindo ver o mundo lá de cima. Tinha nuvens roçando o rosto. Tinha até gosto, algo doce crocante, quebrando e se dissipando dentro da boca: eu flutuava! Podia voar se quisesse! Uma só arte, aqueles ares. Senti que Deus era bom, no final das contas. Sim, ele era bom pois eu podia sentir aquilo tudo, eu era com ele e tudo que ele havia feito era no final realmente muito belo, fantástico, quando visto de cima. Como era bom flutuar! Eu sonhava? Mas como? Se vivi realmente tudo aquilo! Voei! Flutuei! Senti o gosto doce e harmônico das nuvens! Deus estava comigo! Ele existia! EU EXISTO!


in.: os cadernos para mim mesma

24-09-11

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A POR VENTURA MAL-FADADA HORA

A por ventura mal-fadada hora

Do Armagedom.

O sorriso da morte

No fim da última prece.

A estrada do nada

Em direção à sabedoria inesperada.

Veja: a luz cega, a poeira dói nos olhos.


Mas estamos todos aqui.

Viemos ver a por ventura

Venturosa mal-fadada hora

Do Armagedom.

Viemos porque assim quisemos.

E estamos aqui.

Iluminados de fim.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

poema de bar

Onde meus sonhos se realizam:
Na mesa de bar.
Não essa mesa que a palavra espreita
Mas esta mesa onde os versos deitam
E a cerveja faz suar o plástico
E os isqueiros fazem-se enfeites
Para a noite crua.
A rua. O bar sobre a mesa
Na rima que o poema espreita,
No fim que se quer poesia.



in.: os cadernos p/mim mesma

terça-feira, 20 de setembro de 2011

aleatórias

Maceió, setembro de 2011.

Aqui embaixo morava o rei da Escócia. O Hugo costumava fumar um com ele, escutando Geraldo Azevedo. É de se espantar que o rei da Escócia tenha um gosto musical tão alternativo.

in.: os cadernos de viagens, maceió
06-09-11

sábado, 10 de setembro de 2011

o mar em mim

Ah, a brisa se entorna em mim!
Como o sol e a sombra!
Bebo a cerveja!
Nuvens se locomovendo
No céu que desenho no meu pensamento
E no céu que azula além de mim
Assim a maré dos momentos
Vem, onda a onda
Cantar a minha vida mais íntima
Senda inesperada da rima
Onde o sentimento ronda.

in.: os cadernos de viagens - maceió