domingo, 12 de setembro de 2010

aleatória

Pudera eu te dizer, amigo, das mil e uma transformações que aconteceram na minha vida. Não tenho paciência para tanto, então prefiro metaforizar: os sonhos têm se tornado reais porquanto me dou serena à solitude. Não brinco em serviço: tenho meus mais secretos planos. Onde mais me reconheço? Sob as árvores. Elas me sussurram os mais singelos poemas. Seus movimentos são obras de arte: verdadeiros teatros vegetais. Seus papéis são obra do acaso, mas suas sombras aconchegantes são sempre universais.
Sob as três árvores na octogonal
Eu me sentei
E pedi que a musa me dispusesse a inspiração necessária pra dizer dos anseios do meu coração. Vieram as incontáveis musas da natureza: como o vento agora no meu rosto, e me fizeram despedaçar:
Meu coração era livre de todos os males voando solto no cosmos ilógico da morte.
Quem sou eu? Sou a árvore, sou a formiga, sou a cigarra.
Chega de viagem.


in.: cartas p/ felipe

Nenhum comentário: