terça-feira, 4 de agosto de 2009

mais palavras

A noite cai. Eu caio junto. Esperando o sabor das estrelas.

Espero o tambor tocar na minha goela e a voz gritar:

Palavra! Chuva cósmica a descer no manto da noite infinda...

Venha dar lugar à minha cadeira de poeta.

Minha vida entorna mistérios: são sonhos e desavenças,

São ritos inquestionáveis,

Peças que desencaixam.

É o leite entornado no chão e o pedido de socorro.

Palavra: traga-me Deus de bandeja pois ele almeja

Ser presença

Ou desavença,

Repetição,

Pecado,

Sexo.

Amargo.

PALAVRA! Diga-me, quem vem lá?

Combinação mágica de fonemas que significam minha vida e

A vida daquela menina que acabou de passar

Inocente no meu horizonte simbólico

De areias que se escorrem em ampulhetas

Que se derretem no nada

Que prenuncia o fim do poema

E a redenção da palavra

Que anseia ser eterna

E morre com minha vida nos braços

Que lânguidos caem com o último suspiro

Da última,

Palavra.



In.: cartas para o professor

Um comentário:

Troth Aude disse...

Muito lindo e bem articulado esse poema. Vc adicionar seu blog aos meus sites favoritos.