domingo, 23 de agosto de 2009

O CAMINHO PARA A ALDEIA DA LUA

Andar sozinha no mato e não chegar a lugar algum além do próprio horizonte individual. Percorrer página e páginas de um livro e não ler história alguma além da própria estória, em cada entrelinha, em cada reticências...
Sim. Eu me tenho desesperadamente e sinto o ar do pomar inexistente que existe em minha casa amarela deitada no vale aberto de meus sonhos.
Hoje o dia passou sorrateiro... Andei solitária pelos caminhos que cortam a terra e segui os vôos das borboletas, a natureza brincou comigo em seus enigmas silenciosos. Ao mesmo tempo, sua orquestra de sons verdes preenchia meu derredor de modo solitário e ritualístico. Cada passo meu era uma oração inteira. Eu senti a tristeza do leito do rio que se deitava melancólico sobre as pedras.
Era lodo e frio. Já o cascalho era seco e tilintava quebradiço. A umidez das baixadas tinha os cheiros da minha infância. Uma flor vermelha piscou pra mim.
Feliz fiquei. E assim mesmo chorei.


iN.: os cadernos da chapada - 19-07-09

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