segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

oração

(...)
E agora?
Tudo vem de fora!
Sinfonia de cigarras sob templo feito de nuvens: anjos tocam trombetas no céu que aurorece como ouro: as bases desse templo dão o tom dourado que me invade os olhos no lacrimejo simples de meu coração... A obra que Deus me deu é essa que descrevo aos trancos e barrancos, nos solavancos do meu peito, esse céu sagrado que o mistério colocou em minha vida: meus amigos, meus amores. Eis a cura do mal que inventei pra mim.
A solidão é benesse também. Me dá rigidez de espírito, afia minha alma. Sabemos já de antemão: nascemos sozinhos e sozinhos morremos.
(...)
Ciclo que se renova. Vidas que vem e vão. Força que me bate o peito: prepara meu coração! Que os ventos não me abalem, que meus dias não percam a cor! Que meus medos não falem, que em tudo eu credite amor! Que os anjos povoem os sonhos e que eu ouça todo o esplendor da vida em todos os momentos de minha existência.

in.: os cadernos da chapada, vol. Cavalcante II

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