quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

a dialética da consciência

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esse imenso mistério ensurdecedor.

Às vezes parecemos adormecer com a alma serenizada, as dúvidas varridas para fora da casa do coração. Mas bastam-nos os sonhos para que os incômodos fracassos voltem à tona ao amanhecer. Então acordamos para um novo dia novamente realimentados em dúvidas e nadando indefesos na imensidão do acaso.

Hoje meu dia amanheceu domingo azul e belo, haviam flores nos olhos das pessoas, eu sorri. E no final da noite já eram trevas novamente: dei de encontro com tropeços que deixaram meu coração machucado. Quis voar em direção ao espaço e sumir na solidão de mim mesma. Então me deitei sobre minha cama toda desarrumada e pensei em te escrever e a sensação de deitar palavras sobre o teu papel é algo que me acalma o espírito da angústia imorredoura que sempre me povoou a alma: amanhã morrerei e o sentido da vida é bruma, muito embora eu acredite vislumbrar de longe o sentido da morte.

Busco o amor. E ele parece sempre escapar entre os dedos. Mas foi ele que me restou ao acordar do sonho.


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in.: cartas p/ dionis

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