quinta-feira, 27 de agosto de 2009

o afogamento da musa

No fim da linha da estrada some minha amada que se afoga detrás do horizonte. Nunca mais a verei como a vi sem nunca conhecê-la verdadeiramente mesmo com o meu corpo inteiro a cantar o seu nome impronunciável. Ela que não era bela nem feia nem era qualquer qualidade aquém ou além do sublime. Ela que existiu somente nos meus sonhos mais espontâneos e livres. Ela que foi-se embora por detrás do horizonte sem me dar o sabor de um beijo sequer.

in.: os cadernos da chapada

4 comentários:

dom noronha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
dom noronha disse...

Já perdi muitas amadas que se foram no virar de uma esquina, no ficar em um ponto de ônibus para nunca mais ver, no estar presente na mesma livraria e, depois, misturar-se na multidão do shopping e sumir sem rastro... Minhas amadas sem nome e com rostos mil, traços gravados para sempre na memória. Delas, muitas nunca ouvi a voz. Minhas amadas quem não me viram, não sabem da minha existência, mas ocuparam meus sonhos e os arquivos d'alma.

Estou gostando muito dos Cadernos da Chapada

Gabriela Maria disse...

as vezes a partida fica mais suportável sem o beijo. na hora da despedida até mesmo um beijo entregue como presente pode ferir como arma...

treta disse...

paixões! hã...

quem precisa delas?


talvez só os que respiram...
talvez só os que são cegos...
talvez só os que são burros...

mas também talvez todos.