quarta-feira, 7 de maio de 2008

ora, bulhufas

carta p/ j. (revisitada)

o eu-lírico tem um tu-lírico e o tu lírico é necessariamente infinitamente mais belo e ainda mais Perfeito que o tu real.
O eu-lírico adora ser eu-lírico pois assim sendo é onipotente e disfarça todas as fraquezas do eu real.

(...)

Quero-te querida
Querida, te quero
Quero, quero
Quero-quero.

Passarinhos.

(...)
Mesmo que fostes embora eu permaneceria a cantar os teus ombros em movimento, a tua alma a florescer lentamente dentro de mim, a tua presença consumindo o meu fogo e abrasando o meu frio. Mesmo que fostes somente a sombra de uma lembrança, ainda escreveria sobre a cor serena de teus olhos e a lucidez do meu amor desvairado por ti.

Nenhum comentário: