segunda-feira, 17 de outubro de 2011

sobre o meu tempo

Vejam: eles esperam a Hora do Apocalipse. Eles esperam e eles somos nós, homens da contemporaneidade digital, mergulhados na descrença alienante de nosso tempo.
Que tempo é esse?
Tempo onde o real se reduz cada vez mais, onde o virtual comanda e a vida se torna rarefeita. Tempo dos relacionamentos descartáveis, dos amores transgênicos, das paixões democráticas.
E como abomino a democracia, essa faca de dois gumes que nos lega o silêncio de todas as minorias, essa ditadura camuflada onde os generais são as corporações financeiras.
O tempo do meu Brasil de PCCs: Pestilentos Coronéis Corruptos que perpetuam o atraso de séculos de exploração. As incontáveis licitações superfaturadas. O crime consentido a mando da ganância.
Pecado! Pecado! O tempo das evangelizações vazias! O tempo das religiões corporativas! O tempo dos padres que fornicam!
Eis a minha geração que se apresenta nas minhas frases cheias de desesperança e agonizar.
Esperamos o Apocalipse, pois não há mais no que acreditar.
Esperamos o fim, espreitamos algum despertar.
No amanhã
Alguma luz
se descortinará...

in.: os cadernos p/ mim mesma
out/2011

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