terça-feira, 30 de agosto de 2011

MADRIGAL AOS SANTOS NOMES

Ontem à noite fui à Cruz tocar violão. Na encruzilhada pedi Exu que levasse mensagem a Oxalá. Eu cantava no improviso deixando a palavra ritmar por conta própria: senti a presença da força invisível pulsando em minha voz. Foi quando Ogum veio me dar força e coragem para continuar humildemente pedindo a Deus para que me guiasse à senda reta, o caminho dos justos, longe do ódio e próximo do amor. Oxum também apareceu se lembrando de quando ofereci meus cabelos ao rio pedindo que todo rancor fosse embora. Bela e amarela a mulher das águas levou minhas palavras a Iemanjá: minha oração caiu no mar e eu cantava sem cessar deixando as rimas do acaso soarem ao sabor das entidades. Lindo foi perceber que aquela canção única era endereçada aos céus e ecoaria incessantemente em direção às estrelas. Meus cabelos se dispersaram na imensidão do mar e eu me juntei a todos os santos louvando a unicidade sagrada de Deus, presente em cada coração que pulsa: melodia e ritmo, na harmonia da vida.


in.: os cadernos p/ mim mesma, 04-08-11

2 comentários:

Anônimo disse...

Saravá, princesminha do arocá..
e XÔ !
....
cabelo é bom de fazer cafuné.
um beijo la e outro ca.

a anta
.

treta disse...

saravá anta! eu vi mamãe oxum na cachoeira. ela levou meus cabelos.