quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sobre o Desejo



Vou aos poucos dissecando o meu mistério interior, essa dor de ser fracasso naquilo que mais desejo: o amor, veja, ele me abandonou no berço. Os homens que amei? Meros brinquedos quando eu mal aprendia a andar, brinquedos que me amaram e que eu amei com a inocência das crianças, meus homens que aos poucos foram desaparecendo do meu horizonte afetivo. E então elas por fim chegaram me avassalando e mostrando a cor de seus sexos sedutores e me tiraram a razão quando eu finalmente gozava na cama pela primeira, segunda, décima vez, e então eu enxerguei o céu e vi que o amor era sério, tão sério que me fazia crescer ao ponto de não me bastar em mim mesma e era eu que queria mais e mais mas não sabia como encontrá-lo, o amor que, finalmente, fugiu de mim me deixando enlouquecida e faminta.



in.: cartas para o reich

5 comentários:

Anônimo disse...

.. o amor puro mandou dizer por imêio
ah!, desça do muro
que eu já tô cheio.
já cansei de você nesse lero-lero
essa velha letra de bolero
e só aturo agora o velhaco do Platão
com o tal
Kama-sutra na mão
e cantando: eu achei meu refrão.

sobe ni mim
desce ni mim
chega ni mim /ou larga di mim
alma di mim
salva di mim
leva di mim /ou larga di mim

.. .......
(êita tomZé da porra!!)

..
um beijo no cio
a.peste
.

treta disse...

ÊÊÊ!

só faltou o "pinga" ni mim

andré disse...

que delicia q é ler vc, entender vc. bjs do seu admirador andré.

dom noronha disse...

sei da falta que os amores fazem. mas a falta é apenas material. em nossa alma, bem lá no fundinho, o amor que permanece, esperando ser requentado, ainda que seja no fogo quase morto de um fogão de lenha.
não entendo de falta de homens. entendo de falta de amigos que se perderam nas esquinas do tempo, ou foram levados pela interrupção do respirar. são faltas que marcam.
sinto falta de algumas mulheres que passaram pelos meus dias, cada uma com sua característica individual. nenhuma delas igual, nem no físico, nem na alma, nem na cama...
portanto, nem tudo está perdido.
as identidades de almas inexistem. as almas que passaram... passaram. (homens, mulheres, indecisos). o que você tem que fazer é seguir em frente, virar esquinas. quem sabem existe um outro amor, um outro "ele" depois da esquina, ali, também perdido, abarrotado de experiências vãs, em busca de alguém que ainda permita um pequeno risco, como um papel carbono antigo?

treta disse...

os amigos são os melhores amores.

e também passam.


os seres são os melhores amores.

e sempre estão, mesmo não sendo.