terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a mágica sem oz

Veja: borboletas não têm sexo e mesmo assim só beijam flores coloridas. Não importa o alvo, só o caminho importa: jogar-se nos campos sonoros, adentrar os tijolos dourados, atravessar o tornado, encontrar o coração mesmo que ele seja de lata. A menina busca seu cão e seu cão busca a humanidade: ele quer ter lágrima, ele quer sorrir. A menina sorri e corre, deslumbrada e ansiosa, ela perscruta todos os ângulos, ela se envergonha e se parabeniza. E busca os rastros do cão que passou antes dela, e segue as pistas que lhe são evidentes até chegar ao castelo onde por fim se despe do vestido azul e se percebe mulher e decide adorar o espelho até finalmente mudar e quebrar o espelho para nunca mais ter que ver sua imagem distorcida pela realidade.

E lá ela permaneceu eterna até se tornar não ela e terminar a estória e adentrar novamente a poesia dos significantes espontâneos e a busca é incessante e os olhos querem flores para as pálpebras, borboletas e asas, leveza inventada de sonhos, anjos de carne que aparecem a mortais feitos de luz.


In.: cartas para luciana

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