sexta-feira, 2 de outubro de 2009

pôr-do-sol no monumental

Eis a vida: ela nasce e cresce, simples assim.
Nesse interim, eis-nos. Nunca os mesmos.
Pela manhã berramos a fome: queremos
Peito no nosso peito, alimentação de calor.
Ah, a dor do primeiro corte, a eterna separação
De si mesmo no outro.
Aberto ao contrário: somos os assassinos
De nossos próprios desejos.
Não temos idéia da grandeza que somos
E pela noite morremos
Como se começássemos a sonhar.


in.: os diários de Brasilha, 09-09-09

3 comentários:

dom noronha disse...

sinto-me só nos seus dias
como a noite abraça a lua
e fica assim, meio parda...

um pouco de mim avança,
enquanto o restante tarda.

se ainda a cheiro criança,
se ainda a abraço filha,
é porque sou como ilha
envolta pelo seu mar.

você é maior que eu
e sempre o foi assim:
sou apenas um pedaço
do pedacinho de mim...

treta disse...

eu maior?
maior você.
maior eu?
você maior.

Gabriela Maria disse...

somos a dialética pura ambulante: o botão que contem a rosa - o gérmen da própria destruição e do próprio desabrochar. adorei.