quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A KHOLSTOMER DE TOLSTÓI

(mais um pôr-do-sol no monumental)

Quando tenho pena de mim mesma
Sofro como uma égua velha
Que come devagar e tristemente
E leva a barriga imensa pesando nas costelas
Como se carregasse dentro do ventre
A própria dor do deus que foi perdido.
Depois da pena, segue o desleixo
E no meu corpo gasto e abandonado
Meus pêlos pendem animalescos e indispostos.
Como uma égua velha durmo em pé
Apagando a vida e procurando o sonho.


in.: os cadernos de brasilha, 29-07-09

2 comentários:

Gabriela Maria disse...

nossa, pra variar, uma identificação monstruosa minha com seu poema... vc é foda!

treta disse...

monstruosa?

como o poema.
comamos-no.

f0da liternética! xD
énóis