quarta-feira, 9 de setembro de 2009

garimpando destinos

Sim, sou como ele e como vários, eu, ele, nós, vocês, todos. Uma humanidade inteira numa ínfima faísca de luz que nasce no tempo. Assim como se Deus quisesse algo, eis Adão surgindo e comendo com Eva. Eis o desejo que escapa por entre os dedos de Deus só para ser pego logo ali, como se Deus tivesse mãos.
O universo é o meu eu ao avesso. Tantos universos! Incontáveis eus passageiros, boiando na essência do cosmos! Oh, matéria inapreensível, energia inabalavelmente misteriosa!
Quem disse que não há destino, quem falou? Que destino ingrato esse do que não tem destino, se movendo ao léu em meio a uma indefinição avassaladora! Ah, abismo de escuros, explosões dolorosas de luz, ah, incoerências!
Mas no meu palco eis o enredo já escrito, na antesala entre a realidade e o teatro, no interim entre o tempo e a imobilidade. Eis o intervalo enigmático onde deita a vontade de Deus.


in.: os cadernos da chapada - 21-07-09

4 comentários:

Gabriela Maria disse...

"O universo é o meu eu ao avesso." - adorei isso. muito, muito bom.

dom noronha disse...

estou gostando dos cadernos da chapada... quero ver o caderno inteiro quando chegar ao final. você está indo muito bem, minha garota!!! amo você.

dom noronha disse...

menina minha, visite o link a seguir... você vai gostar.
http://projectoclarice.blogspot.com/

treta disse...

clarisseremos

marias da vida nascidas de alguéns

sim sims não nãos



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