quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

carta p/ Reich

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Ah, o corpo dela não me sai da mente, ela sobre mim e nossos ritmos solidários, nosso uso solidário de mãos, bocas e peles sobre a cama....(...)


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Ainda não consegui desvendar os mistérios delas. Ainda bem que não. Exploro o meu desejo e sofro sozinha com ele. Sofro e gozo sozinha com ele. Já não posso mais evitá-lo. Meu corpo grita de alegria quando meu afã literalmente se esbarra com outro afã parecido. Choque deliqüescente de vontades, encontro violento de sexos e palavras. Como fugir de algo tão imenso? Por que fugir?

Amigo meu, quero acreditar que um dia hei de aprender a entendê-las e a saber lidar com elas. Mas ainda é muito difícil. Eu me sufoco quando estou com o objeto do meu desejo. A humanidade delas avantaja-se diante de mim e me cerca, eu emudeço e não encontro palavras. Apenas as enxergo e as devoro com os olhos, tentando encontrar seus corações.
Nunca os encontrei. Eis minha maior falta. Eis meu maior mistério. Quem são elas? Quem sou eu? O que é o amor?"

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