segunda-feira, 2 de outubro de 2006

carta para mais um carneiro

(...)

mais uma vez o tic tac do relógio. A madrugada tocando seus instrumentos. A minha alma única e desconhecida. Minha carne certa, sólida como pedra. O fardo da consciência por sobre as costas de mármore. Caminho no ritmo do tempo, sempre tão intangível mas essencialmente dominante em todos os níveis de pensamento. O sentimento permeando tudo. A certeza do irrevogável destino de tudo: a finitude que necessita solenidade.

Sou eu e meu coração que pulsa pelo poder do universo. Nesse sentido, o amor se expande a todos os níveis também, colorindo vermelho minha forma de pensar. Como ainda mais linda ela seria se pudesse ser minha de corpo, alma e consciência. Seus lábios curvilíneos seriam ainda mais perfeitos e suas manias seriam mágicas. Ainda assim, da maneira que toda ela é, ainda assim sua presença é música para meus ouvidos. Ela única com suas próprias decisões.

E o amor que também acaba é o amor que dura como dízima periódica, o amor que continua pelas reticências afora.

A vida, tão finita. Solenimente a vida eterna e única.

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