segunda-feira, 20 de junho de 2005

é namoro ou amizade, lombardi?

Ricardo de Loureiro conversando com Lúcio...


"- É isto só: - disse - não posso ser amigo de ninguém... Não proteste... Eu não sou seu amigo. Nunca soube ter afectos, - já lhe contei - apenas ternuras. A amizade máxima, para mim, traduzir-se-ia unicamente pela maior ternura. E uma ternura traz sempre consigo um desejo caricioso: um desejo de beijar... de estreitar... Enfim: de possuir! Ora, eu, só depois de satisfazer os meus desejos, posso realmente sentir aquilo que os provocou. A verdade, por conseqüência, é que as minhas próprias ternuras, nuncas as senti, apenas as adivinhei. Para as sentir, isto é, para ser amigo de alguém (visto que em mim ternura equivale à amizade) forçoso me seria antes possuir quem eu estimasse, ou mulher ou homem."

SÁ CARNEIRO, Mário de. A Confissão de Lúcio.
(esta sou eu, sentada na esquina, a mesma esquina, seguindo a canção...)

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