sábado, 5 de abril de 2008

FAZES COMO AQUELAS

Fases como aquelas, como agulha quente na órbita do olho. Um tropeço hoje, um acidente feio amanhã. Sonhos que se rasgam como notas de cem, sonhos tristemente azuis como notas de cem que se rasgam. Sensações como facas que trespassam os pulmões e as costelas, mãos que manipulam facas contra corações pueris.
O cuspe vermelho e enferrujado. A pupila dilatada e espantada. Os inimigos do dia-a-dia, os mesmo inimigos que nos dão as mãos e que nos conduzem à armadilha prometida como redenção, as mesmas mãos que escondem a traição dos olhos que, um fadado dia, se cruzaram.
O tapa quente no rosto. O orgulho em pedaços e acenando de longe a dignidade agonizante do eu.
Enfim. Todo mundo sabe ser cruel.

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