quarta-feira, 29 de março de 2006

a desolação

faz bem.

faz bem escrever mandando todas as convenções pro espaço.

enquanto na vitrola rolava um vinil do belle&sebastian ela se perguntava quando é que iria comer novamente naquele restaurante japonês e em que século eles estavam. ela sabia que pela manhã teria uma pilha de folhas para rasgar e milhares de telefonemas para não dar, mas nem se preocupava em dormir tarde. às vezes não fazia diferença se era uma ou dez horas. um sonho durava sempre mais do que ela supunha durar. e ela fumava um cigarro apagado e sorria da sua desgraça como quem sorri diante de um futuro que era totalmente imprevisível.
ensurdecedor, era pensar.

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