domingo, 24 de dezembro de 2006
PROCURA-SE
procura-se a flor do meu coração.
qqer informação sobre o paradeiro da(s) mesma(s), e-mail para: trotamundus@yahoo.com.br
recompensa:
uma noite de prazer na toca da treta.
(maiores detalhes por e-mail)
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
a água que escorre
pena ficar aqui apenas com o primeiro parágrafo.
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
eu perseu
por favor, leiam clarice.
"Perseu porém não a olhava mais, agora interessado em penetrar a escuridão através da vidraça. Nenhuma mulher receberia o calor de sua alma que ele um dia talvez desse a um amigo. Esquecera a mulher e espiava a noite pela vidraça - instável, silencioso no impermeável. Mas não era apenas uma força cega. Ser um homem guiava-o através do mistério"
sábado, 11 de novembro de 2006
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
o vazio é pleno
"Então era isso o amor por pessoas, reconheceu ela. Também esse amor era claro e inexplicável. Mas bom - pão e vinho e bondade. Sim, sim, ela estava bastante perdida. Bem lhe parecera sempre que antes de mais nada era preciso se perder. Bem sabia que, tentando através da sala de visitas olhar as coisas que existem, não tivera coragem de ser guiada pelos objetos: caíra, sim, porém tivera medo e agarrara-se onde pudera. Se tivesse caído até o fim, saberia que fim de queda era estar sob o céu estrelado? e era ver que o mundo é redondo, e que o vazio é pleno, e que o milho crescendo é espírito."
ainda perdida por entre os corredores da própria mente
como eu poderia me esquecer de olhar para o relógio no meu pulso direito?
ao ódio deu lugar o amor
e de repente só sobrara inveja
uma inveja má e invencível
e eu nunca mais amaria ninguém
como havia a amado
e nunca mais amaria ninguém
terça-feira, 24 de outubro de 2006
e o livro sendo escrito
- Eu também. Mas enquanto isso não acontece eu vou fumando.
E Marcelo acendeu mais um cigarro. E Lavínia sorriu em mutualidade e acendeu ainda mais um.
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
o perder-se no espelho
E perdendo-me penso em você me superando
Em tamanho
E conhecimentos diversos dos meus
E me desprezo ao pensar perder-me assim
Tão pequena e desesperada, quase vil descuidadamente
Nas mãos de sua imagem no espelho.
Nos sonhos de outro deus acreditado.
(p/ j.)
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
carta para mais um carneiro
mais uma vez o tic tac do relógio. A madrugada tocando seus instrumentos. A minha alma única e desconhecida. Minha carne certa, sólida como pedra. O fardo da consciência por sobre as costas de mármore. Caminho no ritmo do tempo, sempre tão intangível mas essencialmente dominante em todos os níveis de pensamento. O sentimento permeando tudo. A certeza do irrevogável destino de tudo: a finitude que necessita solenidade.
Sou eu e meu coração que pulsa pelo poder do universo. Nesse sentido, o amor se expande a todos os níveis também, colorindo vermelho minha forma de pensar. Como ainda mais linda ela seria se pudesse ser minha de corpo, alma e consciência. Seus lábios curvilíneos seriam ainda mais perfeitos e suas manias seriam mágicas. Ainda assim, da maneira que toda ela é, ainda assim sua presença é música para meus ouvidos. Ela única com suas próprias decisões.
E o amor que também acaba é o amor que dura como dízima periódica, o amor que continua pelas reticências afora.
A vida, tão finita. Solenimente a vida eterna e única.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Emparelhado à Brasília verde e amarela
talvez você pudesse compreender que as melhores
lembranças estão em carros velhos.
Mas por certo você compreende
A benção de uma chuva;
E o quanto a mesma chuva pode ser um motivo
Para imprecações até mesmo amaldiçoadas,
A desgraça filha do cão
Nas barras molhadas das calças na repartição.
Você aprende que em Brasília
As ruas praticamente não têm nomes
E as esquinas são obras do imaginário.
Após um certo tempo você acredita decerto
Que o Gama é logo ali
E que o Novo Gama já é Goiás.
E você percebe que nessa Brasília código
Poucas letras e alguns números te levam a qualquer lugar
Do mundo.
E às vezes você se indigna
Porque o metrô não funciona em sábados, domingos e feriados.
E você institui em ato ordinário
Que o magnetismo da cidade
Concentra seu pólo positivo no verde das árvores
E seu polo negativo na região do Conic
Ato homologado nos seus diários oficiais.
Você começa então, após um determinado tempo,
A dar valor de cifras generosas
À propriedade do lar doce lar
Casa própria com escritura lavrada.
E, na capital dos poderes três,
Terciários sem carteira,
Ternos e gravatas,
Igrejas,
Faculdades
E salões de beleza
Você vê nas sátiras imaginárias
De cada esquina.
A cidade jaz vivendo solitária
Nos eus fantasmas de cada cargo comissionado.
A cidade única vivendo dura
Nos monumentos de concreto branco.
(Lembre-se sempre que não importa o quanto a coisa cresça, ela nunca será plenamente satisfatória.)
Então não se espanta você
Ao ver que o Eixo Monumental
Com suas seis pistas em cada mão
Não pode evitar os engarrafamentos
Dos arredores da rodoviária.
O Lago Paranoá,
Sagrado nos dias de Julho.
E então, depois de mais um tempo,
Certo ou incerto,
Você descobre que há tradição
Na Esplanada dos Ministérios
Na Pizza Dom Bosco,
Nos pontos de ônibus
E até mesmo nas cadeiras e copos do Beirute.
E em Brasília você pode também,
Quase como milagrosamente,
Achar alegria.
Como no foguete parquinho do Parque da Cidade
Ou como nos bancos daquele fusca
Que passeia humilde pela L2 Norte
Sentido
Futuro.
domingo, 24 de setembro de 2006
carta para u mininu novamente
Choro. Minhas lágrimas, minhas muletas defeituosas.
Rio. Meus sorrisos, minhas máscaras belas.
A verdade corre no fundo do oceano. Lá onde a pressão nos mata. Lá onde ninguém consegue nadar. Lá onde os submarinos mentem. A verdade corre no fundo do oceano. A verdade nunca estática. A verdade única que sempre muda (de lugar).
Acho que é hora de dormir. Amanhã meus olhos abrem às 6. Amanhã meu corpo salta indignado da cama que acolhe. A cama que nos dá o sono que nos dá os sonhos que são nossas únicas verdades absolutas. Incrivelmente únicas e absolutas. Nossas.
A minha verdade é meu inconsciente à tona.
Amigo meu. Às vezes as palavras complicam demais.
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
aprendendo a amar clarice
Quando inventara ouvir a notícia, a moça retrocedera até estar vestida com saias longas e alisar bandós na testa.
Mas agora no sonho pôde recuar até encontrar enfim: que era grega.
"Como a da revista", e ruborizou-se agitada. Sonhar ser grega era a única maneira de não se escandalizar, e de explicar seu segredo em forma de segredo; conhecer-se de outro modo seria o medo.
Ela era antes dos gregos pensarem ainda, tão perigoso seria pensar.
Grega numa cidade ainda não erguida, procurando designar cada coisa para que depois, através dos séculos, elas tivessem o sentido de seus nomes.
E sua vida erguia, com outras vidas pacientes, o que se perderia mais tarde na própria forma das coisas. Apontava com o dedo, a grega sem rosto. E seu destino como grega então era tão inconsciente quanto agora em S. Geraldo. O que restara de tão longe? o que restara da Grécia? a insistência: pois que ela ainda apontava."
domingo, 17 de setembro de 2006
peixe grande
eu acho q sou a senhora sentada na casa velha contando os gatos e lamentando os momentos q não foram vividos.
eu acho q sou a menina correndo descalça pelas ruas gritando pelos amigos que estou livre louca pra fazer o gol.
eu acho q sou a mulher abraçada chorando as lágrimas da despedida olhando tristonha as fotos rasgadas ao meio.
eu acho q sou ....
(a árvore, o rádio, o vinho, o osso, a carta, o ônibus, a parede, o monstro, o cartão de aniversário).
sempre uma história para continuar. o meu fim eu não conto. não posso contar nunca.
triste como alguém q v o filho morrer.
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
já é comumente sabido: a democracia é um projeto falido. esse negócio de tratar os iguais de maneira igualitária e os diferentes de maneira diferenciada é uma destituição de realidade. ideologia mais falida do que o socialismo. sempre haverão ricos e pobres, e sempre haverá manipulação de informação, e sempre haverá injustiças. rico não vai pra cadeia, pobre passa fome. tem mutreta no congresso, tem crime na periferia.
como eu odeio brasília.
enquanto isso, continuamos com nossos confortos reais, nós, os privilegiados, a mínima porção desse país predominantemente pobre. continuamos indo ao cinemark e comendo no mcdonald's (pq sim, eu adoro, q posso fazer?). o mais triste é notar q não posso fazer nada: o brasil continua um dos países mais corruptos do mundo. e eu nunca vou ser deputada federal, pq eu não votaria nem em mim mesma. o poder corrompe fácil.
é como eu digo: é a vida, fazer o q? ontem eu dei 30 centavos pra uma mulher com um bebê na rodoviária. vou fazer o q? é o máximo q posso, e não é nada.
sábado, 9 de setembro de 2006
cancionista por vocação
e no meio de tantos intervalos tonais, acabo entoando mais uma nova canção.
tenho tido tempo para cantar. isso é o q me é mais sagrado.
sabendo sempre q devemos concentrar as ditas "energias" nas direções q nos soam mais aprazíveis.
nova canção
RENASCER
Eu não tenho certeza do que há de vir.
Se é que há de vir.
E o que há de vir?
Se é que há de vir.
E não vou mais ficar chorando meus quebrantos solitários.
Eu quero é mais fazer meu pranto e meu canto solidários.
Eu chorei porque quis, era tudo pra mim.
Minha dor protegida em baú de marfim.
Eu chorei porque quis, era tudo pra mim.
Minha dor embrulhada em sublime cetim.
Eu chorei pra viver, não queria nascer.
Mas nasci.
Renasci.
Renasci.
Outra vez.
Renasci.
Não adianta nada tricotar os planos só em pensamento sem fazer valer.
Não adianta nada despedir os danos e continuar matando o que quer viver.
E o que quer viver está dentro de mim.
O que quer viver, tão dentro de mim.
E não vou mais ficar chorando meus amores impossíveis.
Eu quero é mais colher as flores que estiverem acessíveis.
****************************
O lance é que o cancionista, assim como o poeta, é um grande fingidor.
E eu ainda choro quebrantos, amores, e coisas mais.
ahn. um baseado ou um copo de cerveja. tanto faz.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
tarde de agosto
Dores duras sem parecência.
Cada momento é uma quebra.
Carrego em meu dorso mágoas que se distanciam do suportável
E choro junto ao pôr-do-sol musical.
Os carros zumbindo
acompanhando a melodia surda de tudo.
Meus fones de ouvido ilustrando o caminho
das formigas aqui embaixo.
A sinfonia lacrimejante.
Mais uma quebra.
Espero a próxima faixa do CD em escocês.
A gaita de fole e as saias xadrez.
terça-feira, 29 de agosto de 2006
em homenagem ao finado amigo do camelo e ao camelo em si (e em homenagem aos olhos no espelho)
(...)
A mulher então experimentou o camelo. O camelo em trapos, corcunda, mastigando a si próprio, entregue ao processo de conhecer a comida. Ela se sentiu fraca e cansada, há dois dias mal comia. Os grandes cílios empoeirados do camelo sobre os olhos que se tinham dedicado à paciência de um artesanato interno. A paciência, a paciência, só isso ela encontrava na primavera ao vento. Lágrimas encheram os olhos da mulher, lágrimas que não correram, presas dentro da paciência de sua carne herdada. Somente o cheiro de poeira do camelo vinha de encontro ao que ela viera: ao ódio seco, não a lágrimas."
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
viveeeeeer.
uma gota de otimismo
pode alimentar enorme rio
de fora um sol que brilha
deu a luz a uma de suas filhas
a árvore que dança
traz nas folhas verde esperança
há um céu azul piscina
que mistura dor e alegria
mais uma sinfonia em um raiar de dia
viver pra que?
amigo eu vou dizer: eu vivo é pra viver
o joão-de-barro canta
e a joaninha segue a dança
o meu neto já faz birra
o meu filho ainda não nasceu
a menina de vestido
tinha os olhos verdes muito lindos
ah menina de vestido
que vermelha me olhou sorrindo
mais uma chuva vindo
mais um fruto caindo
q coisa.
sábado, 29 de julho de 2006
j.
inevitável. inconsciente: a certeza da relação de brinquedo, a mentira que era verdade por não ser segredo.
enquanto fumava pensava apenas nela, mas não em todo o significado incerto que ela exalava em direção a seu subconsciente, e enquanto fumava se perdia nela.
e às vezes sabia que a presença, mesmo bruxuleante e vaga, aquela presença dela seria sempre um perder-se nela por perder-se em si mesma.
a vendida e necessária relação de brinquedo.
e quando fumava lembrava-se tristemente dela.
segunda-feira, 24 de julho de 2006
análises de devaneios
às vezes uma sessão de 25 minutos é suficiente.
e percebo q, numa análise, vc tem q estar preparado pra sofrer mto pra poder passar por cima de um outro sofrimento.
e percebo q, minha analista é a pessoa mais humana do mundo. embora ela nunca se mostre assim.
e percebo q eu quero ser como ela.
e percebo q sou única. como ela.
e não como ela.
quarta-feira, 19 de julho de 2006
violetas e orquídeas
eu quero. e não sei porquê.
música:
VIOLETA
Amadureça e não se esqueça:
Deixe a cabeça centrada em si mesmo.
Suas espinhas, seus deveres, seus cinemas.
Suas contas, seus problemas, seus poemas.
Sua boca prestes a dizer:
Desapareça! Sai de mim, coisa ruim!
A violeta está pedindo água, alimento e atenção pra florescer.
Olha dentro, bem pra dentro de você.
O que vê além de você?
E o que vê aquém de você?
E o que vê aí em você?
O que vê? O que vê?
Bem sabe que o mundo não pára não pra te esperar.
(Ela te disse há um ano atrás)
O vaso de plástico da violeta.
As folhas verdes da violeta.
A terra que acolhe a violeta.
O sangue verde da violeta.
Os braços abertos da violeta.
Os olhos verdes da violeta sem flores ainda.
A violeta sem flores ainda.
Ao invés da malícia, que venha a justiça.
Pra si. Pra ele. Pra ela.
sábado, 15 de julho de 2006
narciso se ama e se quer
porque depois de mais de um ano de análise, seria uma hipocrisia muito grande eu afirmar que a gente faz o que não quer. no fundo no fundo a gente faz o que faz porque quer e pronto.
sim. você chora porque você quer. você não deseja chorar, mas você quer.
e você trabalha porque você quer. pode até não desejar trabalhar, mas quer.
às vezes a gente faz algumas coisas porque somos forçados a fazer. mas, mesmo forçados, a gente faz porque quer.
isso tudo pra dizer que eu não vou por enquanto largar a mania de jogar palavras solitárias nesse imenso deserto de dígitos. porque eu ainda quero me mostrar de alguma forma, nem que seja só pra mim mesma.
e porque quero???
bem, aí acho que lá vem mais um ano de análise....
segunda-feira, 12 de junho de 2006
whatha fuck?
"Tão doce era o semblante! Sobre os lábios
Flutuava-lhe um riso esperançoso
E o morto parecia adormecido."
quinta-feira, 1 de junho de 2006
romântico ao...
o álvares de azevedo tá no auge por agora.
mal-du-siécle!
Meu Sonho
Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso.
E galopas do vale através.
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?.
Tu escutas. Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O Fantasma
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!.
quinta-feira, 25 de maio de 2006
porque sempre irá doer
Ah! Se ela me tivesse amado...
ALFRED DE VIGNY, Chatterton
Se a ilusão de minh’alma foi mentida
E, leviana, da árvore da vida,
As flores desbotei...
Se por sonhos do amor de uma donzela
Imolei meu porvir e o ser por ela
Em prantos esgotei...
Se a alma consumi na dor que mata
E banhei de uma lágrima insensata
A última esperança,
Oh! não me odeies, não! eu te amo ainda,
Como dos mares pela noite infinda
A estrela da bonança!
Como nas folhas do Missal do templo
Os mistérios de Deus em ti contemplo
E na tu’alma os sinto!
Às vezes, delirante, se eu maldigo
As esperanças que sonhei contigo,
Perdoa-me, que minto!
Oh! não me odeies, não! eu te amo ainda,
Como do peito a aspiração infinda
Que me influi o viver...
E como a nuvem de azulado incenso...
Como eu amo esse afeto único, imenso
Que me fará morrer!
Rompeste a alva túnica luzente
Que eu doirava por ti de amor demente
E aromei de abusões...
Deste-me em troco lágrimas aspérrimas...
Ah! que morreram a sangrar misérrimas
As minhas ilusões!
Nos encantos das fadas da ventura
Podes dormir ao sol da formosura
Sempre bela e feliz!
Irmã dos anjos, sonharei contigo:
A alma a quem negaste o último abrigo
Chora... não te maldiz!
Chora e sonha e espera: a negra sina
Talvez no céu se apague em purpurina
Alvorada de amor...
E eu acorde no céu num teu abraço
E repouse tremendo em teu regaço
Teu pobre sonhador!
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. Lira dos 20 anos.
segunda-feira, 22 de maio de 2006
minha amiga me esqueça para sempre me lembre
Eu só Eu.
Diante do espelho.
Narciso que me desculpe.
sexta-feira, 19 de maio de 2006
quarta-feira, 17 de maio de 2006
carta ao mininin
O sexo é selvagem, amigo. É todo ele natural.
Humano transcende tudo. Humano tem mania de transcender, de querer transcender tudo.
Gosto da cor da Aurora.
********
Sou comandante tentando manter o leme firme
Na tempestade fria escura
De um dia cheio de mortes
As palavras enterradas dolorosas dentro do fundo
afogadas no interior do mar
(A criança mimada. A música pop. Os sutiãs deslocados.
O pão com queijo. O futebol. A barba ruiva.)
Todas mortas
Cumpridoras de destinos que transcendem o raciocínio
Sepultadas todas num mar de frases sedentas
Onde olhos mar
Onde olhos marejados sal
Boiam em seus sentimentos duvidos
Pedindo água doce Pedindo hidratação
No dia escuro
O tabuleiro e as jogadas imprevisíveis
A causa e a conseqüência dentro da orquestra divina
Os plangentes instrumentos muitos nas mãos inocentes dos homens
Naufraga uma fantasia
sábado, 6 de maio de 2006
sem título
E imaginar só não quero mais.
Pois de nada me adianta
Imaginar apenas.
Fico com meus dedos que tocam os teus dedos
Apenas em papel.
Fico com meus lábios que te jogam palavras sujas
Inventadas em papel.
Fico com meus olhos que perscrutam tua alma
Tua alma de papel.
Deste papel em alma dobro um avião pra voar bem longe.
Longe de mim.
Pois de mais nada me adianta
Imaginar apenas.
Pois imaginar só já me bastou.
quarta-feira, 3 de maio de 2006
amém
Que paira na noite, sorridente.
Jesus morreu no amanhã.
Viveu como eu sorrateiramente.
A Lua toda assim imponente
Que dá a luz para a noite fria.
Maria, mãe que nos deu presente
Nos pés da cruz dor derramaria.
13-04-06
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eu consigo encontrar outras temáticas para além do amor. mas não é tudo obra do amor?
amai-vos uns aos outros e blá mais blá.
quinta-feira, 27 de abril de 2006
elas & eles
Paloma e Paola:
- O que é pior: apaixonar-se por uma amiga hetero ou apaixonar-se por um amigo gay?
- Essa é fácil. Pior mesmo é apaixonar-se por um amigo gay. Pois uma amiga hetero pode sempre mudar de time. Mas meus amigos gays não mudam nunca.
quinta-feira, 20 de abril de 2006
with a little help from my friends
A PLATÉIA: (iêê-ê)
O CANTOR: i-Ê i-Ê i-Ê
A PLATÉIA: (i-ê i-ê i-ê)
O CANTOR: i-Ê!
A PLATÉIA: (i-ê!)
e por assim vai, aquela repetição feliz
O CANTOR: ... todo mundo cantando: (...)
"(...)
What do you see when you turn out the light,
I can’t tell you, but I know it’s mine.
Oh I get by with a little help from my friends,
Do you need anybody,
I just need someone to love,
Could it be anybody,
I want somebody to love.
I get by with a little help from my friends,
Yes I get by with a little help from my friends,
With a little help from my friends."
e só o cantor sabe inglês. mas todo mundo... todo mundo canta com ele.
(P.S.:)
meu bem, eu sou devagar. desculpa.
tudo bem, meu bem?
hoje eu vou ter cerveja pro jantar
e cinzas na janela.
vou tomar banho fervente pois o clima está frio.
vou rever meus exercícios de alemão e conferir o resultado da lotomania pela internet.
e amanhã eu vou tomar café mais tarde, pois é feriado.
e assim a vida vai, querida. às vezes como uma lenda, às vezes como uma tese de doutorado. às vezes como um filme pornô, até.
tudo no seu tempo. tudo com sua dose de sério e sua medida de engraçado.
e a cada single dia a gente começa algo. você sabe, não é, linda? não é linda a vida?
um dia começamos um câncer. noutro começamos um livro.
noutro um tombo que ainda iremos tomar anos mais tarde.
e há aqueles que começam sinfonias. e aqueles que começam viagens espaciais.
aqueles que começam guerras.
e aqueles que começam paz.
nisso, nós todos começamos algo, você sabe.
nisto, nós todos aprendemos e nos ensinamos mutuamente, às vezes quase sem perceber.
porque eu não esqueço, dona moça.
o mundo não pára pra esperar ninguém.
no entanto aprendi que todo mundo se leva junto.
sem querer, até.
até sem querer.
quarta-feira, 19 de abril de 2006
chora q a fonte nunca seca
Quase sem querer.
Naquele instante uma mão sem rumo
Desajeitada derrubaria o copo por sobre a mesa.
Água abaixo.
"Chorou" pensou ela.
E foram em todos os sentidos
lágrimas.
quarta-feira, 12 de abril de 2006
venha me buscar na hora certa
naquele exato momento foi quando ela soube que não vivera em vão,
mesmo não tendo realizado nenhum de seus sonhos.
mesmo não tendo amado nenhum de seus amores.
mesmo tendo ficado no meio do caminho.
a morte era frustrante.
teria ela o alívio da aniquilação?
no exato momento em que seu coração parava de lhe bastar em batidas.
ela sabia que era só praquele momento que vivera toda sua vida.
e nada mais importava.
segunda-feira, 10 de abril de 2006
sexta-feira, 7 de abril de 2006
com o rosto na bosta
então q eu curta meu luto durante o tempo q ele durar (e já foi mais de um ano...).
adoro uma fossa, me deixem então com meu prato de bosta.
DON'T LEAVE THE LIGHT ON BABY - Belle & Sebastian
"It’s been a bloody stupid day
My baby called me up to say
Don’t call me love, don’t call me
It’s not all she said
I truly love her but I know
I’m bad for her, I’m bad and so
At least she may forgive me for my honesty
My friend came back from being abroad
He was rich and I was overawed
His ship came in
I’m standing on the harbour wall
Another friend, the one I love
Turns to me have you seen enough?
Let’s hang about
There’s nothing like a sunset
It’s been a bloody stupid day
Don’t leave the light on baby
My baby called me up to say
Don’t leave the light on baby
I’ll see you sometime maybe
Don’t leave the light on baby
It finally dawned on me tonight
Best to go down without a fight
I know you will forgive me for my honesty"
aaai
como dói
quarta-feira, 29 de março de 2006
Vinicius de Morais
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
a desolação
faz bem escrever mandando todas as convenções pro espaço.
segunda-feira, 27 de março de 2006
quando não há mais chão
"quando o chão some de debaixo.. o que a gente faz?"
como? não sei.
no momento estou caindo.
há um ano e meio estou caindo.
só esperando q apareça outro chão logo, pra eu me esborrachar de vez e ficar livre disso tudo.
domingo, 26 de março de 2006
"then she came...."
um dia desses, após voltar de uma festa no pedra, um vizinho amigo meu, encontrei mamãe sentada na frente do computador, às duas e meia da matina, conversando com não sei quem de não sei aonde no msn mEssenger, com uma janela de bate-papo do uol como pano de fundo na tela.
pensei: não acredito.
o fascínio. lembrei-me do fascínio como quando com meus 11, 12 anos de idade pela primeira vez me sentava na frente do computador e acessava lugares estrangeiros e conversava com pessoas estranhas no conforto de minha solidão em frente a máquina.
esse fascínio q contagia. q faz a gente se render. q nos ilude na ingenuidade e nos rouba das certezas.
e pensei nas gerações virtuais q, já crescendo em meio à incerteza, não se espantam e não se fascinam com a artificialidade e facilidade de tudo isso.
cara. internet é uma coisa.
uma coisa.
uma coisa, assim, uma coisa mesmo, objetal, mas ao mesmo tempo humana e impalpável.
é muito esquisito. a gente tá cada vez mais híbrido.
se oc num tah entendeno naum posso fazer nada.
sábado, 25 de março de 2006
desgraça pseudo-divina
o momento é de pura falsa nostalgia
tipo memórias de fatos apenas i memoriais
a constatação das ruínas do monumento de isopor
dura
ilude
a desilusão
quarta-feira, 22 de março de 2006
inverossímel porém verdadeiro
paixão doentia. pra sempre na pauta do dia.
mais um dia, mas um dia...
quinta-feira, 16 de março de 2006
face a face
minha face é minha
mas quando estou com minha face em face à sua
já não sei mais quem é quem
e já não sei dizer as coisas
sem ter medo de me perder
quem onde quando como
eu você
quarta-feira, 15 de março de 2006
COLEÇÃO DE PALAVRAS ALEATÓRIAS MAS NEM TANTO
gavetas minhas à tarde
nada de coisas fantásticas
real no molho sal sem cortinas
como porém eram toques piano
não obstante a menina cabeça dentro
dança sem virar os olhos para esquerda
roxo coração ela diria masturbação mental
graça em esquinas com divindades bestas
mal-estares bélicos anualmente sim
ria que pela bahia sushis ventam
sexta-feira, 10 de março de 2006
ATRIZES TRISTES
Aquela dita alegria se esvai na efemeridade
Mais um dia banhado em angústia e tristeza
Mas o amanhã nos revela lampejos de esperança
É, momentos ruins dilaceram sim todo e qualquer coração
Mas as horas felizes também são atrizes das nossas vidas em encenação
Dia-a-dia nas trincheiras, a alma reflete agonia
Deprimentes depressões depredando depressa a alegria
Mais um dia lotado de vários questionamentos
Mas o depois embriaga as almas com esperança
Vale lembrar que também existem atrizes tristes
em algum lugar de 2000
terça-feira, 7 de março de 2006
insistindo em surtos neuróticos obsessivos
a teimosia me acompanha. mas, ah, que nada, eu nem sou tão teimosa assim não, porra!
enquanto isso, outra ela me acompanha...
a ela da ilusão. da fantasia. do desejo incontrolado.
ah, insisto em não deixá-la. mas ela já me deixou há muito, muito tempo...
sexta-feira, 3 de março de 2006
trote à
quinta-feira, 2 de março de 2006
DARWIN
o que é uma pena.
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006
carta à foschetti
as lembranças ficam lá. com sua ternura.
e, quando resta só amargura, deve ser porque a amizade verdadeira passou por um mal momento que não acabou.
mas, enfim, acho quase impossível restar apenas amargura.
amizades falsas? acho que não existem. mas também não tenho certeza de nada.
se é falso não é amizade. não é?
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006
idade média
eu gosto disso. desse sentimentalismo barato e exagerado.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006
agora sim
em palavra.
esse mundo já diz tudo e também já prenuncia o nada.
sábado, 18 de fevereiro de 2006
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006
ao sabor do tempo
a cidade em que não colocava os pés há 6 meses
a mesma cidade, com os mesmos cheiros,
as mesmas ruas que sobem e descem,
as mesmas esquinas, as várias lembranças
e, no meio de tanta mesmice e tanta familiaridade
as fisionomias que se destacam em suas pequenas peculiaridades.
como está tudo mudado!
os rostos com suas linhas mais profundas
mudando tudo ao derredor.
as mesmas edificações que envelhecem.
sábado, 11 de fevereiro de 2006
quem você é
a fantasia ecoa na armadilha da estrada
música! música! música!
BIS! agora na íntegra!
em algum lugar de 2005....
onde está meu verdadeiro eu?
não, não sei dizer.
tanta mudança que já me aconteceu e que vai me acontecer...
aconselho então parar de se culpar por pouco.
aconselho também parar de se desculpar por muito.
pó pará.
quero poder me recostar em ti e devagar me descobrir.
deixar eles pra lá, contigo devagar e ser aquilo que o momento permitir.
quando é que eu vou me reconhecer?
eu não sei dizer.
tanta pessoa já passou por minha vida, indo-se sem eu perceber...
aconselho então agarrar a chance que convém.
um mínimo detalhe pode determinar um máximo resultado.
vá buscar.
não era hora, alguém me segurou.
será que foi você quem me salvou?
será que outra vez me salvarei às custas de algum incerto rei?
quem? saberei... viverei... morrerei...
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006
é pra isso que venho aqui
ele é o mesmo tédio que faz da minha vida um pseudo-mar-de-rosas.
a letargia que consome minha energia: ela me deixa deitar na cama sem querer saber dos trabalhos pendentes.
abro os olhos. fecho os olhos.
estou aqui. estou aqui.
quando acordo, me perco. e na realidade, lá há nada. há vazio, há medo, há desejo e mais desejo. tudo limitado.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006
para ler os clássicos
terça-feira, 31 de janeiro de 2006
exercício para uma pequena amiga quase boliviana
Com seu canudo na mão.
Lembro então do teu sorriso honesto e do teu mais-belo olhar oblíquo.
E solto eu um sorriso gostoso.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2006
amor de algodão
na angustiante tristeza de saber que eu não estou aí
mas que você continua aqui, independente do seu querer ou da sua ciência
desperdiço os meus anos com você dentro em mim
na rude certeza de que meu amor é injusto
mas é soberano, e mata e prende por interesses que não meus.
desperdiço assim como desperdicei
e já não sei mais como desperdiçarei
terça-feira, 24 de janeiro de 2006
,,,
cansou dos meus vícios
mesmo que amanhã ele volte com outro feitiço'
de quem é essa música eu não sei. mas a voz da dona cássia me enfia dentro dos tímpanos de maneira única, vistosa, forte.
dá gosto até.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2006
é hora de dar tchau....
quarta-feira, 18 de janeiro de 2006
eterna saudade
o sérgio me disse. um homem q estou aprendendo a gostar de montão.
....
e eu concordei plenamente.
pq é isso: uma eterna saudade.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2006
soltando as linhas 3
não dorme. aberto à tudo. o sangue correndo. a dor apertando. os músculos enrijecendo-se. a vida que se faz sentida.
abrindo as pernas.
desavergonhadamente.
olhe por entre elas e as letras se misturarão em sentidos mil.
por entre pernas e linhas, o meu rosto, mais sublime e mais vil.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2006
soltando linhas
desavergonhadamente
sou como um pássaro que cruza o céu e deixa invisível o seu rastro, para quem quiser perceber.
minhas palavras engedram minha ânsia em viver sem limites.
busco estar antes de ser, e me espanto com isso: o estado q permanece não é aquele do mesmo ser q é.
estou andando em espiral. pra fora, sem parar. chego a lugar nenhum e percebo q o próximo lugar nenhum é a porta para outro lugar.
meus pequenos casos são como jantar fora sem ter dinheiro, incoerentes mas prazerosos, cheios de nada.
estou só mais uma vez.
e mais outra.
e outra.
e outra.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2006
doença do espírito em mim
eu disse: minha igreja é meu corpo. minha crença é meu viver.
o livro diz:
"Por mais que tenha aparência de sabedoria: 'religião pessoal, devoção, ascese', são destituídos de qualquer valor e só servem pra satisfazer a carne."
procuro algo q me faça superar as derrotas, principalmente aquela do ano atrasado.
e não tenho ninguém. só eu ao meu lado. solidão imensa.
se for pra deus existir, que seja pra me fazer companhia.
pq da companhia dos homens eu já estou saturada...
domingo, 1 de janeiro de 2006
a solidão bem-vinda
(acordando............... nossa, onde estou? q roupas são essas? quem sou eu mesmo?)
incrível. se fosse possível eu deletaria esse ano inteiro.
mas não, deixa pra lá. se eu deletasse eu teria q começar tudo de novo de novo.
está chegando o ano do cão.
nada de planos, preciso controlar meus desejos.
um desejo nunca muda, e ele é desconhecido... q será isso q me impulsiona aqui dentro?
NÃO POSSO IR ALÉM DE MIM MESMA.
MINHA IGREJA É MEU CORPO.
MINHA CRENÇA, O MEU VIVER.