Quem disse que estamos prontos pra morrer? Se nem para a vida estamos prontos, por que estaríamos para a morte?
Ah, meras ilusões. Eis a vida pronta especialmente para a gente.
Bem-te-vi que pousa no galho: ela é fêmea pois não veste a máscara negra. Ela foi embora quando eu levantei o pescoço para não vê-la no braço da árvore que balançava. Ela tinha flores amarelas e sementes que pendiam em vagens sim vastas paisagens se dissolvendo em vida. O vento que me vibra. Os bem-te-vis cantantes. As nuvens que se assomam. Os prédios que se vingam. A anciã que espera. A criança que ainda não foi.
Quem disse que não estamos prontos pra morrer?
Ah, meras ilusões. Eis a vida pronta especialmente para a gente.
Bem-te-vi que pousa no galho: ela é fêmea pois não veste a máscara negra. Ela foi embora quando eu levantei o pescoço para não vê-la no braço da árvore que balançava. Ela tinha flores amarelas e sementes que pendiam em vagens sim vastas paisagens se dissolvendo em vida. O vento que me vibra. Os bem-te-vis cantantes. As nuvens que se assomam. Os prédios que se vingam. A anciã que espera. A criança que ainda não foi.
Quem disse que não estamos prontos pra morrer?
in.: carta p/ o sapo e as borboletas
2 comentários:
eu estou pronto,
embora não o deseje.
ainda existem muitos bem-te-vis para olhar...
ainda muitos bem-te-vis irão te olhar e te cantar...
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