A noite cai. Eu caio junto. Esperando o sabor das estrelas.
Espero o tambor tocar na minha goela e a voz gritar:
Palavra! Chuva cósmica a descer no manto da noite infinda...
Venha dar lugar à minha cadeira de poeta.
Minha vida entorna mistérios: são sonhos e desavenças,
São ritos inquestionáveis,
Peças que desencaixam.
É o leite entornado no chão e o pedido de socorro.
Palavra: traga-me Deus de bandeja pois ele almeja
Ser presença
Ou desavença,
Repetição,
Pecado,
Sexo.
Amargo.
PALAVRA! Diga-me, quem vem lá?
Combinação mágica de fonemas que significam minha vida e
A vida daquela menina que acabou de passar
Inocente no meu horizonte simbólico
De areias que se escorrem em ampulhetas
Que se derretem no nada
Que prenuncia o fim do poema
E a redenção da palavra
Que anseia ser eterna
E morre com minha vida nos braços
Que lânguidos caem com o último suspiro
Da última,
Palavra.
In.: cartas para o professor
Um comentário:
Muito lindo e bem articulado esse poema. Vc adicionar seu blog aos meus sites favoritos.
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