Coca adoça a boca.
Coca.
Opa.
Na casa dos meninos Mauro e Rodrigo.
Estou sob o efeito do álcool – Heineken e Boazinha – e da gandja – marafa boa da granja. Estou ouvindo os carros e os Caetanos. Os maracás importados da China e a África baiana. Estou em Brasília e estou cansada também de viver aqui na terra.
Por isso vou tentar atravessar a Lua pra ouvir a luz fraca do lado de lá: o Caetano vai embora e nas dunas e crateras cenozóicas há bandeiras brancas enfiadas em pau forte.
Mas diga-me, triste Brasília? Que vapor de cachoeira é esse do mar? E a Bahia? A estrela do norte não pode ser do sul?
O quão dessemelhante!
Triste?
...
in.:cartas p/ o fotógrafo, março/2010
2 comentários:
CANÇÃO DAS DUNAS ESTELARES
Sardas são estrelas.
Teu corpo é a Via Láctea
salpicada de sardas.
São dunas de areia
as alvas ondulações estelares
desse corpo.
Desafios exigindo sabenças
as reentrâncias.
Leitosos caminhos cósmicos
desafiam o amante venturoso.
Sardas são estrelas, astros, sóis,
pontos minúsculos no universo
para sempre incógnito.
Teu corpo salpicado de sardas,
ponteado de alvas ondas estelares,
reentrâncias como desafios,
convida o venturoso amante.
Colher uma a uma as estrelas,
com os lábios apagar sardas,
deslindar o sabor lácteo
que as reentrâncias exalam.
Saber a sal o sabor da pele,
dos lábios salpicar de novo,
repor uma a uma as sardas todas
em seus devidos lugares.
Via Láctea chamuscada de sardas
– que são artes estelares –
reproduzindo o trimilenar mistério.
Miríades de sensações:
teu corpo tem estrelas.
[Salomão Rovedo]
que lindo! gertrud está de volta!
que poema minha cara!
que poema minhas costas!
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