(...)
Eu escrevo o meu tempo onde os papéis vão acabando e os dígitos binários vão se multiplicando em progressão geométrica ou algo assim. Vivo o tempo em que as personalidades são fluidas como a tela de um computador e onde os sonhos dão lugar à realidade virtual que se expande tocando a vida real e maculando a verdade filosófica em um século de incertezas e distopias. Os espaços de discussão reduzidos a um quadro hipnótico de luzes alienantes. Digitalizo-me e sou ciborgue a moldar a carne do imaterial formado de Kbs e Mbs. Eu escrevo no papel o sonho que se dissipa num horizonte cibernético.
Eu sou o medo que vive a morte da eternidade da carne.
(...)
Tenho sede de expressão estética. Escrever é como sentir um sabor específico, querido, gozoso. Ou um cheiro peculiar que traz revivências à tona. A frase traz um som que vibra como música e que me faz querer dançar. A semântica pode ser afago ou espinho, mas de qualquer maneira será catarse ou consciência.
Tenho sede e troto livre pelo meu universo literário. Literal. Sede.
Vou tomar água agora
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