Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.
Por não esperar.
Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...
Cântico, VII
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
DRUMMOND de andrade, carlos
LIBERDADE
Sonho de fim-de-semana
Sem analista
Voar baixar planar
por conta própria
águias interpretadas a teu bel-prazer
intérpretes elas mesmas
tudo se mira na lagoa
do mundo explicado por si
domingo, 6 de abril de 2008
O Azul do Destino
Voa pelas mãos
As escolhas pelos dedos
Afinal, o destino
é um cão.
Um ladrão, avião
Pelo céu.
Não há placas nem estradas
Lá no céu.
Só há nuvens e azul
lá no céu.
As escolhas pelos dedos
Afinal, o destino
é um cão.
Um ladrão, avião
Pelo céu.
Não há placas nem estradas
Lá no céu.
Só há nuvens e azul
lá no céu.
Ainda faço músicas.
sábado, 5 de abril de 2008
FAZES COMO AQUELAS
Fases como aquelas, como agulha quente na órbita do olho. Um tropeço hoje, um acidente feio amanhã. Sonhos que se rasgam como notas de cem, sonhos tristemente azuis como notas de cem que se rasgam. Sensações como facas que trespassam os pulmões e as costelas, mãos que manipulam facas contra corações pueris.
O cuspe vermelho e enferrujado. A pupila dilatada e espantada. Os inimigos do dia-a-dia, os mesmo inimigos que nos dão as mãos e que nos conduzem à armadilha prometida como redenção, as mesmas mãos que escondem a traição dos olhos que, um fadado dia, se cruzaram.
O tapa quente no rosto. O orgulho em pedaços e acenando de longe a dignidade agonizante do eu.
Enfim. Todo mundo sabe ser cruel.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
a fissura e a tensão
Eu sou movida por desejo,
pulsão de vida e de morte.
A fantasia, o meu norte.
O conflito,
o meu suporte.
Eu sou a fissura
e a tensão
E as idéias vagas que nascem ao sabor
de ventos desconhecidos.
Eu sou a ânsia de ser
A mão que se dá à outra.
O contato e o mistério jazente.
A paz que já se fez pouca
E clama por transformação.
Eu sou plena de morte e de vida.
Eu,
a fissura e a tensão.
pulsão de vida e de morte.
A fantasia, o meu norte.
O conflito,
o meu suporte.
Eu sou a fissura
e a tensão
E as idéias vagas que nascem ao sabor
de ventos desconhecidos.
Eu sou a ânsia de ser
A mão que se dá à outra.
O contato e o mistério jazente.
A paz que já se fez pouca
E clama por transformação.
Eu sou plena de morte e de vida.
Eu,
a fissura e a tensão.
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