"É preciso escrever para acalmar a angústia que se aglutina poderosa no pulsar do meu sangue. É preciso escrever para tentar descrever e é preciso descrever quando se escreve, pois tudo é assim: um ir e vir sem fim. E, que paradoxo, é justamente a finitude nesse tudo sem fim que me alveja dardos mergulhados na sempre presente incessante angústia. Ah, a falta! Falta-me o complemento! Eu sem! Dói-me viver dói-me. A natureza perversa arrancou-me do ventre e marcou-me eternamente com a solidão dilacerante do umbigo. Eu sem: a certeza da unicidade. A introvertida solidez convexa do subjetivo. Que eu fosse um ao meio. Que eu fosse! Que eu fosse mera linguagem. Que eu fosse!
Segredo revelado: Deus disse na palavra que a palavra é deus."
30-03-07
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